No mundo contemporâneo, houve uma mudança nos ideais de beleza e valores. Diante desse novo panorama, observa-se que a sociedade direciona o seu foco para o ter e não o ser na busca pelos itens mais supérfluos. Nota-se ainda é mais importante se libertar do ego para encontrar o próximo.

É necessário mencionar que a vaidade supervaloriza o eu de forma que os atos dos demais são desvalorizados e ainda as próprias características físicas ou intelectuais precisam ser legitimadas pelos outros. Isso contribui para a construção de uma perspectiva na qual a beleza é a maior prioridade e a inteligência, a sagacidade e o bom-humor não são tão admiráveis. É válido lembrar que, segundo a mitologia grega, Narciso, ao se apaixonar pela sua imagem refletida, nas águas de um lago, morreu afogado e, com isso, tornou-se símbolo do Narcisismo. Tudo isso denota que é preciso abandonar o amor-próprio exagerado, para que o verdadeiro ser humano seja revelado.

Cumpre lembrar que a mídia tem papel de incentivadora, nesse excesso de vaidade, visto no contexto atual. A arrogância e o prazer, a respeito dos seus próprios méritos, baseados na esperança de admiração de outras pessoas é resultado também de uma percepção de beleza distorcida, disseminada nas telenovelas e nas propagandas. Nesse sentido, são representados nos comerciais e “outdoors”, padrões de beleza e poderes irreais, com base na falta de conteúdo e de uma aparência falsa. Vale ressaltar também que, com a ascensão, a classe C brasileira, não se buscou por enriquecimento intelectual e sim, por bens materiais. Isso demonstra que a insinuação dos modelos existentes na mídia gera um extremo consumo, com objetivo de manter-se belo. Porém, é necessário ter em mente que os valores interiores não podem ser itens opcionais no homem.

Torna-se fundamental que as pessoas deixem de estar imersas em seus próprios feitos e qualidades. O aperfeiçoamento do ser humano só é possível com o fim da supervalorização pessoal. É preciso abandonar os sentimentos egoístas e dar foco à solidariedade. O essencial é que os homens se dediquem uns aos outros para o bem comum. Convém não esquecer ainda, que as conquistas dos demais não devem ser desprezadas, tal como a aparência física e as posses, mas não devem ser postas em primeiro lugar.

Letícia Ribeiro de Oliveira. Vestibulanda. Pretende fazer Direito.